Quatro ignorâncias podem concorrer em uma amante que diminuam muito a perfeição e merecimento do seu amor: ou porque não se conhecesse a si, ou porque não conhecesse a quem amava, ou porque não conhecesse o amor, ou porque não conhecesse o fim onde há de parar amando.
Se não conhecesse a si talvez empregaria o seu pensamento onde não havia de pôr, se se conhecera. Se não conhecesse a quem amava , talvez quereria com grandes finezas a quem havia de aborrecer, se o não ignora. Se não conhecesse o amor, talvez se empenharia cegamente no que havia de empreender se o soubera. Se não conhecesse o Fim em que havia de para amando, talvez chegaria a padecer os danos a que não havia de chegar se os previra. [...]