Ao entrar Deus te abençoe. Ao sair Maria te acompanhe!

Bem-aventurados são aqueles que tomam suas cruzes e seguem fielmente a Nosso Senhor Jesus Cristo. Como todo bom cristão, somos contra qualquer tipo de agressão a dignidade humana, contra o aborto, a eutanásia, o homossexualismo, contra a opressão e a selvageria do sistema capitalista e o ateísmo diabólico do comunismo, contra os modernismos infundados e o desprezo da tradição católica. Somos a favor da Doutrina Social da Igreja, obedientes às orientações do Santo Padre Bento XVI e completamente entregues à vontade de Deus, crentes que fora da Santa Igreja Católica Apostólica Romana não há nem haverá meios de salvação!

28 de janeiro de 2013

Santo Tomás de Aquino - Confessor e Doutor da Igreja

- 28 de janeiro -

Tomás nasce por volta de 1226 no castelo de Roccasecca, na cidadezinha de Aquino, na Campagna felice italiana, aos pés do famoso mosteiro de Monte Cassino. É aparentado com os imperadores e reis, inclusive o da França, São Luís IX. Seu pai, Landolfo de Aquino pertence à nobreza longobarda e é filho de Francisca da Suábia, irmã do Imperador Frederico Barbaroxa. Sua mãe, Teodora de Teate, descende dos chefes normandos. 

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Tomás de Aquino nasce no ano que vê São Francisco descer ao túmulo e São Luís subir ao trono. Que nomes e que século! Mas não basta nomear Inocêncio III e Tomás de Aquino, São Luís e Santo Alberto Magno, Roger Bacon e São Boaventura, Giotto e Dante, a Suma Teológica e a Divina Comédia, a catedral de Colônia e a Saint-Chapelle de Paris, a Imitação de Cristo e a catedral de Amiens. É também no século XIII que são fundadas as universidades de Oxford e de Paris, a Ordem de São Domingos e a de São Francisco de Assis.

Em 1230 o pequeno Tomás, de cinco anos de idades, é enviado ao Mosteiro de Monte Cassino para estudar, send entregue aos cuidados do abade Sinebaldo, seu parente. Muito reflexivo e recolhido, o menino passa longo tempo pensando. A um frade que lhe pergunta sobre o que pensa, responde com a pergunta que mostra suas cogitações infantis: "Que é Deus". A essa questão ele responderá mais tarde como ninguém o fará.

A espiritualidade beneditina impregna para sempre o jovem Tomás. Aos 10 anos passa ao estudo dos primeiros elemento do latim, aritmética e gramática. Aos treze estuda os Evangelhos e as Epístolas de São Paulo. Logo se familiariza com os escritos de São Gregório Magno, as cartas de São Jerônimo e alguma coisa de Sato Agostinho.

Entrementes, estoura uma guerra entre o Imperador Frederico II e o Papa Gregório IX, que o excomunga. A abadia de Monte Cassino toma o partido do Papa. O Imperador a invade e envia seus monges para o exílio. O adolescente Tomás é devolvido à família. Depois, provavelmente por conselho  do abade Sinebaldo é encaminhado para a universidade de Nápoles para concluir seus estudos a Faculdade das Artes da Universidade local. Tomás tem 14 ou 15 anos então.

Seu primeiro biógrafo relata que nas aulas o seu gênio começa a brilhar de tal forma, e a sua inteligência a revelar-se tão perspicaz, que repete aos outros estudantes as lições dos mestres de maneira mais elevada, mais clara e mais profunda do que tinha ouvido, e enche de admiração os mestres e os discípulos e através das escolas voava a sua fama. É em Nápoles que o adolescente Tomás trava relações com a Ordem Dominicana, ou dos Pregadores.

Após falecer-lhe o pai, em dezembro de 1243, Tomás vê a oportunidade para ser admitido na Ordem de São Domingos. tanto mais que já tem 19 anos. E é aceito. Logo é enviado a Roma junto de uma carava de dominicanos por Frei João, o Teutônico, 4º Superior Geral da Ordem. Ao se aproximarem de Aquapendente para se dessedentarem  o jovem Tomás é sequestrado pelo irmão Reinaldo, a mando da mãe Teodora, e levado para Roccasecca, apesar dos protestos do Superior Geral. 

Segundo parece, é no castelo de São João, onde param para pernoitar a caminho de Roccasecca, que se dá o infame e ao mesmo tempo admirável episódio da tentativa de sedução  e heroica resistência do futuro Doutor Angélico.

Todos vão dormir. Tomás fica só no castelo. Eis que aprece na porta uma bela filha do povo, ataviada com o intuito declarado de levar o dominicano ao pecado. Assim que a moça entra no aposento, Tomás, dando mostras de uma virtude heroica, pega no fogão uma acha de lenha em brasa e corre atrás dela, que foge como pode. Em seguida, ainda cheio de indignação, desenha na parede uma grande cruz que oscula, implorando que o proteja para que nunca perca a integridade da pureza de alma e de corpo. Frei Reinaldo de Piperna afirma: "Tomás morreu tão puro quanto uma criança de três anos".

Enfim, depois de quase dois anos de prisão, com a ajuda de suas irmãs consegue escapar, descido romanescamente num cesto - como outrora São Paulo fugindo de Damasco - para os braços dos dominicanos, seus irmãos de hábito, que o aguardam.

De Nápoles, Tomás vai para Paris onde, no convento de Saint-Jacques faz o noviciado e a profissão religiosa. De Paris, o discípulo acompanha o mestre, Santo Alberto Magno, que vai organizar um centro de estudos teológicos da Ordem em Colônia, Alemanha. Em Colônia, Tomás recebe a ordenação sacerdotal das mãos do arcebispo Conrado de Hochstaden e é nomeado assistente de Santo Alberto.

Nessa época tinha 21 anos de idade e já lhe oferecem o arcebispado de Nápoles. Mas nega, e visa apenas a maior glória de Deus como simples sacerdote.

Daí em diante, a vida do Doutor Angélico foi uma seqüência de sublimes serviços prestados à sagrada teologia e à filosofia. Aos 22 anos de idade interpretou com genialidade a obra de Aristóteles; aos 25, juntamente com São Boaventura, obteve o doutorado na Universidade de Paris. Estes dois arquétipos doutrinários nutriam grande admiração recíproca, a ponto de disputarem afetuosamente, no dia de receberem o título máximo, quem seria nomeado primeiro, cada qual desejando ao outro
a primazia.

A fama de Santo Tomás torna-se universal e todos querem ouvi-lo. São Luís IX - o rei Cruzado -o consulta sobre todos os assuntos importantes. Certo dia em que o convida para sua mesa, nota que o frade está muito silencioso. De repente, dando um murro na mesa, Tomás exclama: "Encontrei um argumento concludente contra os maniqueus". Seu superior , que estava com ele, puxa-o pelo manto para que se lembre onde está. Como que voltando a si Frei Tomás pede desculpas ao rei por sua distração. Mas o rei, temendo que ele se esqueça do argumento, chama depressa uma amanuense para anotá-lo.

Edificante quadro medieval, bem demonstrativo da perfeita unidade que liga, nesse período nobilíssimo da História, os Reis e os Sábios, nos mesmos ideais da conquista da verdade e do serviço de Deus!

Três coisas frei Tomás pede com grande instância ao Redentor: fortaleza para servi-Lo sem fraquejar nos primeiros propósitos com que havia começado; que o conserve humilde e pobre no estado religioso que abraçou; e que lhe descubra o estado em que estava seu irmão Arnoldo, a quem o imperador Conrado havia tirado a vida porque seguia o lado da Igreja. Essas três coisas lhe são concedidas, porque persevera sem tibieza no serviço de Deus.

Em 1274 São Tomás partiu para Lion a fim de participar do Concílio Ecumênico convocado pelo Papa Gregório X, mas no caminho adoeceu gravemente. Como não havia nenhuma casa dominicana próxima, foi levado para a abadia cisterciense de Fossanova, onde faleceu a 7 de março, antes de completar cinqüenta anos de idade. Suas relíquias foram transportadas para Toulouse em 28 de janeiro de 1369, data em que a Igreja Universal celebra sua memória.

Ao receber por derradeira vez a Sagrada Eucaristia, disse ele: "Eu Vos recebo, preço do resgate de minha alma e Viático de minha peregrinação, por cujo amor estudei, vigiei, trabalhei, preguei e ensinei. Tenho escrito tanto, e tão freqüentemente tenho discutido sobre os mistérios da vossa Lei, ó meu Deus; sabeis que nada desejei ensinar que não tivesse aprendido de Vós. Se o que escrevi é verdade, aceitai-o como uma homenagem à vossa infinita majestade; se falso, perdoai a minha ignorância. Consagro tudo o que fiz e o submeto ao infalível julgamento da vossa Santa Igreja Romana, na obediência à qual estou prestes a partir desta vida."

No mesmo dia em que falece, estando seu mestre Santo Alberto Magno lecionando em Colônia, na Alemanha, diante de todos começa a chorar amargamente. Quando lhe perguntam a causa, ele responde: "Meu filho, Frei Tomás de Aquino, que era um luzeiro da Igreja, morreu hoje".

Papa Inocêncio III com Santo Tomás de Aquino e São Boaventura

O Papa João XXII, que canonizou São Tomás, na sua Alocução Consistorial de 1º de março de 1318, diz dele: "Ele sozinho iluminou a Igreja mais que os outros Doutores; nos seus livros o homem aproveita mais num ano que durante a vida inteira na doutrina dos outros", e que não necessitou de nenhum milagre para canonizá-lo porque havia feito tanto milagres quantas questões havia escrito. E o Papa Inocêncio VI em seu Sermão sobre Santo Tomás: "A sua doutrina possui, mais que nenhuma outra, excetuado o direito canônico, a propriedade dos termos, a exatidão dos enunciados, a verdade dos juízos, de tal forma que nunca os que lhe foram fiéis são surpreendidos fora do caminho da verdade e quem quer que a tenha combatido é sempre suspeito de errar". O Papa São Pio V declara na bula Mirabilis Deus, de 11 de abril de 1567, que as heresias são confundidas e vencidas pela sua doutrina, que todos os dias liberta o Universo de erros perniciosos. Ele proclama São Tomás "Doutor da Igreja", com o título de "Angélico", equiparando-o a Santo Ambrósio, São Jerônimo, Sato Agostinho e São Gregório Magno. Ora, basta lembrar que no Concílio de Trento, sobre o altar, foram colocadas a Sagrada Escritura e a Suma Teológica, para significar que era à luz do ensinamento tomista que se devia ler e interpretar a Bíblia Sagrada.

Les Petits Bollandistes, Vies des Saints, d'après le Père Giry, Bloud et Barral, Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, vol. III, pp. 235 e ss.
Acta Sanctae Sedis, XXXVII (1904), apud J.-I. Berthier, Sanctus Thomas Aquinas "Doctor communis Eclesiae", Roma, 1914, p. 272.
The Catholic Encyclopedia, Saint Thomas of Aquinas, Vol. XIV, by Robert Appleton Company, 1912, Online Edition Copyright - 1999
Pe. José Leite, Santos de cada dia, Editorial A.O., Braga, 1993, tomo I, pp. 135 e ss.