Me espantou ouvir estas palavras de um sacerdote quando adentrava na igreja para rezar. Uma piedosa senhora questionou seu pároco o porquê ele nada fazia a respeito das missas show. Escandalizada com o espetáculo da última semana, fez questão de conversar com o padre, afinal ele é quem tem que tomar as decisões na paróquia. Pois bem, a mesma senhora citou ao padre vários documentos da Igreja a respeito do modo de celebrar o Santo Sacrifício do Altar, citou os santos, citou trechos de recomendações do Papa e da Congregação para o Culto Divino, citou autoridades, fiéis leigos, outros padres e bispos... Esforço em vão. Tudo que pôde ouvir do sacerdote foi o seguinte:
"Não posso fazer nada. Tudo que você citou é verdade, mas há a realidade da nossa Paróquia a considerar, há a cultura dos fiéis. Não posso falar isso com os responsáveis pelo canto na Missa, pois eles vão ficar chateados e vão, provavelmente, sair da Igreja. Isso seria desagradável. "
Não obstante aquela senhora, também catequista havia anos naquela cidade, fez outra pergunta: Padre, por que o senhor não usa batina, ou seja, o hábito conveniente, o hábito talar, de que fala o Código de Direito Canônico? - essa pergunta derrubou o padre. E ele, por sua vez, não tendo uma resposta, retrucou:
"Eu conheço a capela onde a senhora assiste a Missa antiga. Fico pensando ser uma presunção querer que este Rito volte novamente para a Igreja. Meu Deus! Onde já se viu, um padre sair da capital para rezar uma Missa para um grupo. Um grupo, apenas. Isso não é viver o sacerdócio em plenitude. Ademais, sobre a batina... ehrrrr... bem, se a senhora continuar rebelde desse jeito não poderá dar catequese nessa paróquia."
Essa história é um fato verídico. Quando ouvi isso fiquei horrorizado. Mas, como sei que há muitos sacerdotes assim por este Brasil, faço aqui uma recomendação para estes padres. Já leram a profecia de Oseias, capítulo 4? Não? Eis abaixo:
Minha questão é contra ti, sacerdote. Tu tropeças de dia [...] e assim vais levando teu povo ao pecado. Tu te esqueceste da Lei de Deus. O que acontece ao povo, acontecerá ao sacerdote: hei de castigá-lo por seu procedimento. [...] O meu povo se aconselha com um toco [...] um pedaço de pau. Se Israel é arisco como novilha brava, o Senhor vai guiá-lo como um cordeiro , para pastar em campo aberto? [...] Preferem as coisas vergonhosas à sua dignidade.
Caríssimos irmãos, rezemos com muita instância pelos nossos sacerdotes. Há milhares de padres que estão no anonimato, cuidando de paróquias pequenas ou grandes, mas vivendo uma vida santa. Não se trata de criticar os pecados pessoais de um religioso, isso é pecado de maledicência. Não se trata de inventar estórias a respeito de alguém a quem devemos honrar, isso é pecado de calúnia. Trata-se, tão somente, alertar ao povo de Deus: cuidado! Há lobos vestidos em pele de cordeiros.
