Entremos numa certa gruta de Belém e ali veremos um Menino adorado por sua Mãe Santíssima e São José, reunidos em família, oferecendo mais glória a Deus do que toda a humanidade, e até mesmo mais que os próprios anjos do céu em sua totalidade.
Onde encontrariam os anjos, homens dignos de serem convidados de adorar o Menino? Nos campos daquelas regiões, escolheram os anjos os destinatários do grande anúncio: os pastores de ovelhas.
Os escribas e fariseus desprezavam aquela classe de homens que, dia e noite, no verão ou no invernos guardavam os rebanhos naquelas pastagens de Belém. Pelo seu teor de vida, os pastores não se enquadravam nas minuciosas práticas e abluções religiosas das cerimônias farisaicas.
Formavam eles uma comunidades à margem da sociedade, que vivia do pasto e no pasto, portanto um povo da terra, totalmente desprezado pelos fariseus. Além disso, eram excluídos do normal procedimento dos tribunais, sendo considerados inválidos seus testemunhos em juízo. Paradoxalmente, os excluídos dos pleitos farisaicos são agora convidados, pelos anjos do Supremo Juiz, a penetrar na corte de um prícipe herdeiro do trono de Davi.
Nascendo numa época corroída por misérias morais e sociai, Jesus veio renovar o mundo. E os primeiros anunciadores da boa nova foram os humildes pastores de Belém. (Padre João S. Clá Dias, EP)