Há perto de dois mil anos, algumas crianças brincavam num campo à margem do caminho que leva a Jerusalém. No meio delas destacava-se a figura atraente e luminosa do Menino Jesus. Formavam elas pequenos passarinhos com a argila do caminho, e os criativos dedinhos infantis modelavam à vontade a cauda, as asas, o bico e os olhos das avesinhas imaginadas.
Ora, era dia de sábado. Um austero ancião passou, então, pela estrada que leva a Jerusalém e, ao deparar-se com a ruidosa assembleia que despreocupadamente continuava seus trabalhos de modelagem, gritou com voz dura: - "Meninos, hoje não é permitido trabalhar com as mãos!" O espanto tomou conta das cândidas fifionamias dos "escultores"... Sem aguardar resposta, o velho levantou um bastão para transformar em cacos as graciosas fugurinhas...
Então, o menino Jesus ergueu-se e bateu palmas sobre as aves de barro. Oh, comovedor milagre! - elas tomaram vida e cor, levantaram voo e perderam-se no azul céu.
Depois daquele dia, todas as andorinhas - pois é delas que narramos a história -, fiéis à lembrança de sua encantadora origem, protegidas e abençoadas por Jesus, constroem sob o telhado das casas seus ninhos de argila. São elas símbolos de benção e prosperidade nos lugares onde habitam (Madre Mariana Morazzani Arráis, EP)
