- 21 de dezembro -
Doutor da Igreja
No mesmo ano em que no Brasil o Beato José de
Anchieta entregava sua alma a Deus, na Suíça outro grande jesuíta dos tempos
áureos da Companhia também encerrava sua carreira na Terra: São Pedro Canísio,
o homem a quem considerável parte do mundo alemão deve sua fidelidade à Igreja
de Roma. Pelos seus escritos e pela sua palavra inflamada, esse filho de Santo
Inácio de Loyola conseguiu opor uma barreira sólida aos avanços da heresia
luterana os protestantes.
Pedro
Canísio, quando tinha menos de treze anos, ele já reunia meninos e meninas à
sua volta para ensinar passagens da Bíblia, orações e detalhes da doutrina da
Igreja. Mais tarde, seria autor de um catecismo que, publicado pela primeira
vez em 1554, teve mais de duzentas edições e foi traduzido em quinze línguas.
Nasceu em oito de maio de 1521, no ducado de
Geldern, atual Holanda. Ao contrário dos demais garotos, preferia os livros
de oração às brincadeiras. Muito estudioso e dedicado, com
quinze anos seu pai o encaminhou para estudar em Colônia e, com dezenove,
recebeu o grau de doutor em filosofia. Não aprendeu somente as ciências
terrenas. Com um mestre profundamente católico, Pedro também se
aprofundou, nos estudos da doutrina de Cristo, fazendo despertar a vocação que
se adivinhava desde a infância.
Logo após sua formatura, os pais, que almejavam um
belo futuro financeiro para a família, lhe arranjaram um bom casamento. Mas
Pedro Canísio não aceitou. Não só recusou como também fez voto eterno de castidade.
Dirigiu-se para Mainz, dedicar-se somente ao estudo da religião.
Orientado pelo padre Faber, célebre discípulo do
futuro santo Inácio de Loyola, em 1543 ingressou na recém-fundada Companhia de
Jesus. Três anos depois foi ordenado padre jesuíta, recebeu a incumbência de
voltar para Colônia e fundar uma nova Casa para a Ordem. Assim começou sua luta
contra um cisma que abalou e dividiu a Igreja: o
protestantismo.
Quando era professor de teologia na cidade de
Colônia, sendo respeitado até pelo imperador, Pedro Canísio conseguiu o
afastamento do arcebispo local, que era abertamente favorável aos protestantes. Em seguida, participou do
Concílio de Trento, representando o cardeal Oto de Augsburg. Pregou e combateu
o cisma, também, em Roma e Messina, onde lecionava teologia. Mas teve
que retornar à Viena, onde o protestantismo fazia enormes estragos.
Foi nesse período que sua luta incansável trouxe
mais frutos e que também escreveu a maior parte de suas obras literárias.
Fundou vários colégios católicos como em Viena, Praga, Baviera, Colônia,
Innsbruck e Dillingen.
Foi nomeado pelo próprio fundador, Inácio de
Loyola, provincial da Ordem para a Alemanha e a Áustria. Pregou em Strasburg,
Friburg e até na Polônia, sempre denunciando os seguidores do sacerdote Lutero, pai do
protestantismo.
Admirado pelos pontífices e governantes do seu
tempo, respeitado como primeiro jesuíta de nacionalidade alemã, Pedro Canísio
morreu em 21 de dezembro de 1597, em Friburg, atual Suíça, após cinqüenta e
quatro anos de dedicação à Companhia de Jesus e à Igreja.
Foi canonizado por Pio XI, em 1925, para ser
festejado, no dia de sua morte, como São Pedro Canísio, Doutor da Igreja,
título que também recebeu nessa ocasião.