Os filhos de Israel tinham invadido a maioria das províncias do Império Romano e entregavam-se em todas as partes a um ardente proselitismo, sem fazer mistério de sua religião nem de seu Messias. Graças a eles, originaram-se e dilataram-se aquelas esperanças que mantinham em supenso tantos espíritos. As religiões pagãs se decompunham e caíam em ruínas. Os espíritos mais elevados se filiavam em grande número ao judaísmo por laços ora mais ora menos estreitos.
O pressentimento do que falamos está formalmente atestado por vários dos grandes escritores de Roma, particularmente por Virgílio (Eglog., 4, 4-52), Tácito (Hist., 5, 13) e Suetônio (Vespas, 4). E também pelo historiador judeu Flávio Josefo (Bell. Jud., 6, 5, 4). Até as antigas tabelas astronômicas de Babilônia manifestavam vivo interesse pela Palestina. Nelas se podem ler com bastante frequência predições nestes termos: "Quando tal ou qual coisa acontecer, levantar-se-á no Ocidente um grande rei, e com ele começará uma verdadeira idade de ouro".
(FILLION, Louis-Claude. Vida de Nuestro Señor Jesucristo. Madrid: Rialp, 2000, v I, p. 7-8)