É evidente que Cristo nos libertou dos
pecados, sobretudo por sua Paixão, não só devido a eficácia e méritos da mesma,
mas também a seu valor expiatório. Do mesmo modo, também por sua Paixão iniciou
o sistema ritual da Religião Cristã, oferecendo-Se a Si mesmo a Deus como
“oblação e vítima”, conforme consta na Epístola de São Paulo aos Efésios. É,
pois, evidente que a força dos Sacramentos da Igreja provém especialmente da
Paixão de Cristo; a recepção dos Sacramentos, por sua vez, como que nos põe em
comunicação com a força da Paixão de Cristo. Como sinal dessa conexão, do lado
de Cristo pendente na cruz jorrou água e sangue: a água se refere ao Batismo, o
sangue à Eucaristia, que são os principais Sacramentos.
AQUINO, São Tomás de. Suma Teológica, III, q.62, a.5, resp.