Ao entrar Deus te abençoe. Ao sair Maria te acompanhe!

Bem-aventurados são aqueles que tomam suas cruzes e seguem fielmente a Nosso Senhor Jesus Cristo. Como todo bom cristão, somos contra qualquer tipo de agressão a dignidade humana, contra o aborto, a eutanásia, o homossexualismo, contra a opressão e a selvageria do sistema capitalista e o ateísmo diabólico do comunismo, contra os modernismos infundados e o desprezo da tradição católica. Somos a favor da Doutrina Social da Igreja, obedientes às orientações do Santo Padre Bento XVI e completamente entregues à vontade de Deus, crentes que fora da Santa Igreja Católica Apostólica Romana não há nem haverá meios de salvação!

6 de agosto de 2012

O exemplo do Cura d'Ars - segunda parte

Continuando a segunda parte sobre a vida de São João M. Vianney, contada por Sua Santidade Bento XVI.



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Esta sintonia pessoal com o Sacrifício da Cruz levava-o – por um único movimento interior – do altar ao confessionário. Os sacerdotes não deveriam jamais resignar-se a ver seus confessionários desertos, nem limitar-se a constatar o menosprezo dos fiéis por este Sacramento.
Na França, no tempo do Cura d’Ars, a confissão não era mais frequente do que nos nossos dias, pois a tormenta revolucionária tinha longamente sufocado a prática religiosa. Mas ele procurou de todos os modos, com a pregação e o conselho persuasivo, fazer os seus paroquianos redescobrirem o significado e a beleza da Penitência sacramental, apresentando-a com uma exigência íntima da Presença eucarística.
Pôde assim dar início a um círculo virtuoso. Com as longas permanências na igreja junto do sacrário, fez com que os fiéis começassem a imitá-lo, indo até lá visitar Jesus, e ao mesmo tempo estivessem seguros de que lá encontrariam o seu pároco, disponível para os ouvir e perdoar. Em seguida, a multidão crescente dos penitentes, provenientes de toda a França, haveria de o reter no confessionário até 16 horas por dia. Dizia-se então que Ars se tinha tornado “o grande hospital de almas”. [...]
Foi precisamente a adesão sem reservas a este “novo estilo de vida” que caracterizou o trabalho ministerial do Cura d’Ars.
Ele soube viver os “conselhos evangélicos” segundo modalidades apropriadas à sua condição de presbítero. Com efeito, a sua pobreza ao foi a mesma de um religioso ou monge, mas a requerida a um padre: embora manejasse muito dinheiro (dado que os peregrinos mais abonados não deixavam de se interessar por suas obras sócio-caritativas), sabia que tudo era dado para a sua igreja, para os pobres, os seus órfãos, as meninas da sua Providence, as suas famílias mais indigentes. Por isso, ele era “rico para dar aos outros e muito obre para si mesmo”. Explicava: “O meu segredo é simples: dar tudo e não guardar nada”. Quando se encontrava com as mãos vazias, dizia contente aos pobres: “Hoje sou pobre como vós, sou um dos vossos”. Deste modo pôde, ao fim da vida, afirmar com absoluta serenidade: “Não tenho mais nada. Agora o bom Deus pode chamar-me quando quiser!”.
Também a sua castidade era aquela que se requeria a um padre para o seu ministério. Pode-se dizer que era a castidade conveniente a quem deve habitualmente tocar a Eucaristia e que habitualmente a fixa com todo o entusiasmo do coração e com o mesmo entusiasmo a dá aos seus fiéis. Dele se dizia que “ a castidade brilhava em seu olhar”, e os fiéis apercebiam-se disso quando ele se voltava para o sacrário fixando-o com os olhos de um enamorado.
Também a obediência de São João Maria Vianney foi toda encarnada na dolorosa adesão às exigências diárias do seu ministério. É sabido como o atormentava o pensamento da sua própria inaptidão para o ministério paroquial e o desejo que tinha de fugir “para chorar a sua pobre vida, na solidão”. Somente a obediência e a paixão pelas almas conseguiam convencê-lo a continuar no seu lugar. A si próprio e aos seus fiéis explicava: “Não há duas maneiras boas de servir a Deus. Há apenas uma: servi-lo com Ele quer ser servido”. A regra de ouro para levar uma vida obediente parecia-lhe esta: “Fazer só aquilo que pode ser oferecido ao bom Deus”.
Amados sacerdotes, Cristo conta convosco. A exemplo do Santo Cura d’Ars, deixai-vos conquistar por Ele e sereis também vós, no mundo atual, mensageiros de esperança, de reconciliação e de paz.

Bento XVI na Carta para a Convocação do Ano Sacerdotal - 2009